quarta-feira, setembro 05, 2012

Filme : Procura-se um amigo para o fim do mundo

O cinema sempre me surpreende. Ontem (04/09/2012) fui assistir a "Procura-se um amigo para o fim do mundo" ja imaginando um filme dramalhão com efeitos especiais, etc... pois o trailer não destaca bem a história, acaba dando enfase a partes não primordiais do filme, que no fundo foi bom, pois fui desarmado para assistir, sem pre definições do que iria acontecer, mas achando que acabaria meio que em um trailer ou dramalhão.

Nada mais erroneo. Na verdade se trata de relacionamentos que temos só para não ficarmos sozinhos, sobre as possibilidades que deixamos pra tras e principalmente daquele amor que esta a sua frente e voce cegamente nunca tinha percebido. É um tipo de filme que não esperava a presença do Steve Carel, pois me acostumei com ele em comédias, algumas vezes até romanticas, mas sempre com um personagem meio depre e com pouca expressão da vida.

Aqui de certa maneira o personagem se repete, entretando cai como uma luva nesse filme que é em até certo ponto triste, pois cada um lida de maneira diferente quando sabe que o mundo acabará em três semanas, uns simplesmente enlouquecem, outros vão atras de suas familias e no caso dele, simplesmente continua sua rotina , indo a empresa, se relacionando com vizinhos, etc... até que exatamente uma dessas vizinhas muda tudo em sua vida. Ou seja mais uma vez, o que estava na frente dele a vida toda e só ele não tinha reparado.

É um filme catastrofe, só que mais na linha de Melancolia do que Armagedom. As relações interpessoais estão a frente da catastrofe, o que de certa maneira foi ótimo, pois senão a primeira cena de meteoro batendo no oceano e gente correndo para as montanhas eu teria ido embora.

A vizinha Penny (engraçado pois é o mesmo nome do personagem em Big Bang Theory que tenho assistido ultimamente) tem problemas de relacionamento com namorados esquisitos (coisa bem comum por aqui por perto de onde trabalho) e acaba desabafando com o personagem de Steve Carell, que na verdade a única coisa que quer é ficar em paz em sua casa curtindo sua melancolia por causa da sua mulher, que o tinha abandonado.

O desenrolar da história em algumas partes é bem hilário (aproveitando a cara do Carell) mas o foco principal acaba sendo o relacionamento de cumplicidade dos dois, que vai se tornando cada vez mais estreito pois um passa a segurança e simplicidade enquanto o outro a vontade de viver e arriscar na vida.

É um filme até de certa maneira lento... mas a velocidade lenta de contar a história acabou sendo bom, pois dá pra deixar claro o papel de cada um no filme, na vida do filme na realidade, e onde pretender chegar.

História manjada? Claro! Mas a maneira que se desenrola o enredo é que faz o filme interessante, muitas vezes me lembrando (não sei por que e nem me perguntem) 500 Dias com Ela ou Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças... com um final catastrófico claro (já sabiamos no inicio do filme que tudo ia acabarcom o meteoro certo?), mas de certa maneira com um final feliz. 

Um fato interessante é o filme não se prender a ideologias religiosas ou politicas sobre o fim do mundo. Um ponto para o diretor e roteirista.

Ou seja, um filme que eu não esperava nada só passar o tempo, mas que gostei bastante.

E um filme que faz voce pensar sobre relacionamentos pessoais deixados pra la ou que na verdade com medo da frustração ou sofrimento, deixamos de viver.

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
Carlos Drummond de Andrade

 

Abaixo o trailer 






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